“E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Rm 5,5)

A mensagem desta Quaresma 2025 gira em torno do Ano Jubilar que estamos vivendo, porém, com uma certeza maior, a esperança não engana, ou seja, a quaresma vem para nos sensibilizar com relação a uma clara e sincera preparação para celebrar o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

A Páscoa é para nós esta mensagem de esperança, a vida que Jesus veio para nos dar é justamente esta, vida em plenitude, vida eterna.

Geralmente a Quaresma é um espaço curto de tempo pelo qual somos chamados e uma mudança de vida, ou seja, à conversão. A duração de 40 dias coincide com os 40 anos da peregrinação do povo de Israel pelo deserto até a terra prometida (cf. Ex 16,35). Moisés jejuou 40 dias no Monte Sinai (cf. Ex 34,28), enquanto que o profeta Elias caminhou 40 dias até o Monte Horeb, o monte de Deus (cf. 1Rs 19,8). Por sua vez, Jesus jejuou 40 dias no deserto no início de sua atividade pública (cf. Mc 1,13).

Ao longo deste tempo somos chamados a práticas espirituais já indicadas na Sagrada Escritura que na Quarta-feira de Cinzas foram muito bem sinalizadas:

A primeira prática é a oração: A Quaresma favorece um tempo especial para o recolhimento e a interioridade, a um diálogo aberto e profundo com Deus. Por isso a necessidade do silêncio não somente externo, mas também aquele que te leva à contemplação da nossa peregrinação de fé. A oração que surge a partir dos textos sagrados e consequentemente levando-nos a um sincero exame de consciência da vida cristã, que só Deus sabe como estamos vivendo.

A segunda prática é o jejum que tem por objetivo nos ajudar no autodomínio, ou seja, em um conhecimento mais profundo das nossas vontades e desejos.

O autodomínio é ao mesmo tempo uma libertação de tudo aquilo que escraviza mente, corpo e espírito. Mas sem esquecer as coisas, pessoas e lugares também podem nos escravizar.

Outro detalhe que pode ajudar ao longo deste tempo é que o jejum não se pode entender somente como algo externo, que se possa medir ou abster-se, mas é, sobretudo, de um grau de consciência e equilíbrio entre o espiritual e material.

A terceira prática é a caridade, quando se faz um jejum saudável e equilibrado, seja de algo material ou espiritual, deve ser utilizado em alguma ação concreta como gesto de caridade para com alguém que esteja necessitado tanto por um lado quanto por outro.

A peregrinação quaresmal é sem dúvida alguma um caminho de esperança, muitos irmãos vivem desiludidos, indo de um lado para outro sem sentido e rumo certo, para isso este tempo vem de encontro, vem para Indicar a forma correta de seguir os passos do Senhor, cada ano somos chamados a recomeçar.